A Narrativa de Mateus 20.29-34
Este trecho de Mateus 20 tem paralelos em Marcos 10.46-52 e em Lucas 18.35-43. Aqui é
oferecida a exposição que inclui os elementos das narrativas dadas por Marcos e
Lucas, mas que não estão incluídas em Mateus.
A fonte informativa é o Evangelho de Jesus, segundo Marcos. Existem algumas
diferenças notáveis no relato dos evangelhos sinópticos especialmente na
apresentação da história no evangelho de Mateus: esse fato tem levado os
harmonistas a caírem era grande confusão.
Muito papel e tinta têm sido desperdiçados em tentativas engenhosas de
reconciliar as narrativas. Marcos narra a cura do cego Bartimeu. Lucas conta a história de ·um cego,
sem determinar-lhe o nome. Mateus menciona dois homens.
A narrativa de Lucas apresenta o incidente como se tivesse sucedido ao
entrar Jesus em Jerico, ao passo que Mateus e Marcos fazem-no acontecer quando Jesus
saía de Jericó.
Dois homens?
Alguns acreditam que a narrativa de Mateus apresenta dois homens curados
porque ele deixou de lado a narrativa dada por Marcos em Marcos 8.22 – 26, e que dessa maneira quis compensar
pela omissão. Mas essa explicação não tem bases nas próprias Escrituras.
Outros acreditam que houve dois homens (segundo Mateus diz), mas que um
deles foi muito mais enérgico no pedido, este era Bartimeu pelo que foi o principal a
chamar a atenção para si, tendo sido mencionado por Lucas e Marcos, enquanto
seu companheiro foi deixado omisso.
Não há maneira de confirmarmos ou de negarmos essa interpretação. Porém,
parece-nos melhor do que a que diz que estamos tratando de duas ou três
narrativas sobre milagres separados, isto é, que a narrativa de Lucas é
separada de Mateus.
É óbvio que as três narrativas expõem um único incidente. Alguns também
têm apelado para a teoria das duas narrativas a fim de explicar por que Lucas
afirma que a ocorrência se deu quando Jesus entrava em Jericó, enquanto que os
demais afirmam que ocorreu quando Jesus saía dessa cidade.
Duas cidades?
Outros acreditam que a arqueologia tem descoberto a existência de duas
Jericó, o que explicaria a aparente contradição. Segundo esse ponto de vista.
Marcos e Mateus se refeririam à antiga Jericó (cujas ruínas têm sido
descobertas), mas que Lucas se referiu à Jericó romana, que ficava a pequena
distância da mais antiga localidade, talvez uma espécie de continuação ou de
divisão da cidade mais antiga.
Nesse caso, é possível que os dois cegos estivessem realmente entre as
duas localidades, quando o milagre teve lugar. A nova Jericó ficava a oito
quilômetros, a oeste do rio Jordão, e acerca de vinte e quatro quilômetros a
leste de Jerusalém, pelo que ficava acerca de um quilômetro e meio ao sul do
local da antiga cidade.
Os cegos eram extremamente numerosos naquela época, em vista dos hábitos pouco sanitários do povo, o que espalhava enfermidades oculares contagiosas. Muito provavelmente Jesus curou a muitos cegos. Dentre esse grande número encontramos nos evangelhos o registro de alguns casos de cura, e um desses foi o que teve lugar perto da cidade de Jericó.
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